sábado, 1 de maio de 2010

Abril despetalado


Fim de tarde e mãos dadas.
Acho uma das coisas mais belas do universo um olhar de cumplicidade apaixonada. Mas não tenho estômago para ânsias e ausências, solidão de quem ama.

Não suporto um milésimo de segundo, sou fraca para sofrimento, acho sofrer perda de tempo. Prefiro voar, me arriscar na insegurança do ar, me jogar para o que será.

Não há mérito nesse meu jeito feio de amar apenas um desalento distraído e descuidado, imaturo e inseguro desse abril despetalado; mês de dragão. Deixo-me sempre ir, evaporar, sumir. Não volúvel, volátil.

Desfaço-me fácil.

3 comentários:

  1. "...acho sofrer perda de tempo"

    Concordo em alta

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  2. "Quem já passou por essa vida e não viveu
    Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
    Porque a vida só se dá pra quem se deu
    Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
    Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
    Nao há mal pior do que a descrença
    Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão" O poetinha vagabundo

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  3. sofrer pelo não sofrimento é uma sensibilidade de poucos... Estar sempre pronto pra matar e morrer por amor é uma sensibilidade pra poucos... desfazer-se é morrer no agora pra renascer depois... lindo texto, moça.

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